10 de mar. de 2011

Alarme

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Mais uma vez o alarme dispara. Um alerta pra minha falta de memória, esses aparelhos eletrônicos merecem todos os 'salves' e honras possíveis.
Mais do que um dispositivo pra marcar meu tempo e não me deixar confundir datas e horários, toda vez que esse alarme dispara, automaticamente meu ser desperta. Pra quê, não sei. É como se fosse um chamado pra vida, uma voz urgente dizendo em mim que o tempo está passando, e a vida, essa voa.
Nas asas que batem pra subir com segurança, normalmente empacam por falta de impulso. Só falta percebermos que a impulsão é mais simples do que esperamos.
Ligando o botãozinho da esperteza, ativando toda a sagacidade, um pouco de força de vontade e mais um bocado de consciência é suficiente pra qualquer começo.
A vida pára quando não se tem consciência de si, e quando ela se torna imperceptível em ações mecânicas.
A vida precisa existir. Ela independe de mim, mas pra ela existir de verdade, com toda ênfase no existir, precisamos impulsioná-la. A vida não pode se sentir traída pelo corpo físico onde se instala. Precisa de segurança. E, segura de si, ou segura de nós, ela libera pra esse mundo as sensações de prazer e admiração, de valorização e celebração que, adaptados às ações rotineiras, dão um gostinho mais saboroso pro ser.
É você respirar e perceber que respira; sonhar que respira e acordar respirando; Inspirar e expirar todo o ar que introduz alívio no corpo e libera prazer na alma.
É você desligar o alarme, e continuar desperto(a).

Restos

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Dormi na noite, acordei meio garota interrompida.
Vou atrás de uma direção hidráulica pra conduzir a vida.

2 de jan. de 2011

Amigo guidom


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E vou guiando pelas ruas, pelos caminhos mais fáceis e quentes.
Desvendar é o segredo, não desvendar segredos. Desvendar o visível, perceber a essência, vibrar com os nuances.
Controlar o vento é impossível, mas vou me unir a ele pra que possa suavizar as sensações e tornar o prazer mais intenso.
Olhar pro sol. Sem proteção, sem reservas, sem receios.
Olhar o sol, tocá-lo. É possivel.
Minha vista não será ofuscada com a intensidade do brilho no asfalto,
meus olhos vão brilhar em reciprocidade.
Não vou reagir fisicamente, o sol não faz mal.
O sol inquieta.
Guiarei no caminho, com pedaladas firmes em caminhos incertos.
Vou sorrir pra mim, vou sorrir pro vento, vou amar o sol.
E os meus segredos na garupa, vão sorrir para o asfalto.