28 de set. de 2010

em trilhos

-

E num ritmo leve e bom a vida segue.
Segue em trilhos confusos, cheios de contornos,
Trilhos barulhentos.

E hoje mais do que nunca tenho a certeza de que
Posso ser mais do que sempre fui.
É uma afirmação que vai além das musicas
e dos livros, além das verdades alheias.
É a auto-afirmação e o entender
que a auto-aceitação é necessária.

Conversando com uma amiga que gosto tanto porque com ela me identifico e muito me inspira seu jeito, concluímos que a mudança é sim bem vinda. Necessário é descobrir o ‘eu’ que ainda se esconde dentro de nós, um “eu” tímido, talvez sempre reprimido pela nossa consciência inexperiente. E esse ‘eu’ pode não ser lá muito bom, pode não ser muito bem aceito pelos outros, mas é isso que somos, é o que tenho em mim, e não se vive fechando as portas pra si mesmo.

E cá estamos nós, seguindo a vida que começa todos os dias, e que nunca termina, segue seu ciclo que se inova. Há pacotes que se abrem e neles desvendamos que o melhor ou o pior de nós ainda está por vir.


E esse por vir não demora a chegar...
Já posso ver a próxima parada do trem.

21 de set. de 2010

Caminho meu.





Só.

E hoje foi um dia de ociosidade, dias que se repetem sempre que umas raras
dores visitam meu corpo fraco, e, com a sensibilidade em alta, a mente voa e descobre os caminhos de dentro que precisam ser explorados, caminhos quase nunca trafegáveis.

Há poucos problemas na estrada, umas pedras aqui e acolá, algumas barreiras às vezes,
pois estrada tranqüila eu sou.
Árvores nas laterais, muitas árvores, cores variadas, verde, amarelo, laranja.
Algumas cores falidas também decoram esse cenário interno e compartilham do espaço com meu eu “preto e branco”.

E são estradas novas, caminhos diferentes, estranhos; são os passos que preciso dar. E não há muito espaço, portanto, poucas pessoas podem me acompanhar.
Não há contra-mão, é pra frente que se anda, só uma direção.

E vou desenhando passos tímidos em mim, o medo de me descobrir é grande, porque as possibilidades são tantas que chegam a me assustar. A vida é incrível...e “tão maior que tudo”.

E eu preciso dos desvios, eles balançam o caminho mas são necessários, são como os passos difíceis das coreografias que dançava em uma época da vida: desafios vencidos pelo corpo e a beleza de um ritmo complicado, que geram uma contemplação visual rara. Os desvios são a descoberta de mim.
Apesar de permanecer a mesma, hoje sou mais aberta pro novo e para as diferenças.
Em busca de uma Ideologia.

Quando paro, cansada, sento em algum banco pensando se pode surgir bem ao longe alguém, alguém pra oferecer uma carona, algum “eu” perdido sem mapa dentro de mim.
Então continuaremos o caminho; mostrarei, cansada, pra esse ‘’eu’’, que a viagem pode ser bem mais bela sem um caminho já traçado, sem mapa, pois os espaços geográficos já delimitados em mim não surpreendem, são tranqüilos comuns. Mas ainda há terra inexplorada a me (ou nos) esperar.

E descubro que isso eu sou: uma estrada a percorrer, uma cidade inabitada, uns lagos e algumas árvores pra enfeitar e muita neblina pra confundir.
Um ser bonito que há em mim,
em dias de dores.


Rb 14/09/2010.



Remanescentes bonitos

11 de set. de 2010

''Livre como um Deus''

-
Meus olhos brilham pretos
Meus lábios sem palavras
Meus gestos com timidez
Meus dedos mal pintados
Meu rosto sem segredos


Sorrindo leite em lágrimas



parafraseando o Nandoreis.


e os restos me completam

10 de set. de 2010

.

rabiscos que esperam,

e chegam na hora certa.



restinhos

5 de set. de 2010

Silêncio comum

Há tempos que não deixo meus restos aqui.
Vou deixar um remanescente de alguns meses atrás,
só porque sinto que é importante não deixar esse meu espaço morrer
(mesmo que eu esteja falando só pra mim mesma)



O silencio é gritante,
As palavras fazem uma visita vazia.
Me sinto só.
O vento vem chamar minha atenção distraída,
Tentar me animar, mas só o cabelo se manifesta.
Viajo nas letras das páginas de um livro pra conversar com alguém,
Mas as histórias são longínquas, não fazem mais parte do que vivo.
O mundo é outro, as pessoas não. Continuam as mesmas.
Eu continuo aqui.


22/04/2010 RB



remanescentes