8 de out. de 2010

Eu, mas você.

Mas você não tem forma.
Eu canto porque gosto de me ouvir quando penso em você, sou diferente.
Mas você nunca foi em minha casa.
Eu penso que as flores poderiam falar, andar e cantar, porque elas te deixam mais belo.
Mas você não sabe ser feliz.
Eu busco você em todos os movimetos estranhos que me assustam quando estou distraída.
Mas você não gosta de sair pra passear.
Eu lembro de você quando o meu vizinho chega buzinando com o carro dele; nunca é você, você não sabe dirigir.
Mas você não se arrepia em filme romântico.
Eu leio as revistas e os jornais pensando que sua inteligência seria um estímulo pra minha estagnação mental.
Mas você nunca leu Dostoievski.
Eu gosto do seu sorriso. Ele é tão cheio de paz e é como aquela canção que nos embalou no nosso primeiro encontro imprevisto.
Mas você não sabe ressaltar seu brilho.
Eu lembro das suas palavras... “eu gosto de cachorro. Ca-cho-rro é amigo do homem....Ser homem é s-e-r estranho”...uma frase inteligente dita sem pensar que me fez não tirar os olhos de você.
Mas seus olhos verdes não são confortantes.
Eu sei que sua mão é macia. Você passou ela pela minha uma vez, sem vontade, e eu a senti, e ela é macia, do jeito que minha aspereza precisa.
Mas você gosta de Samba.
Eu gosto do seu andar, sem pressa, mas sempre anda como alguém que sabe o que quer, como alguém que já tem o destino traçado.
Mas sua vida é baseada em horóscopos.
Eu gosto da sua educação, me faz pensar que seu quarto é limpo, mas nunca fui na sua casa.
Mas você tem medo de quase tudo.
Eu quero beijar você.
Mas você não sabe cantar.


restinhos da madrugada

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