21 de set. de 2010

Caminho meu.





Só.

E hoje foi um dia de ociosidade, dias que se repetem sempre que umas raras
dores visitam meu corpo fraco, e, com a sensibilidade em alta, a mente voa e descobre os caminhos de dentro que precisam ser explorados, caminhos quase nunca trafegáveis.

Há poucos problemas na estrada, umas pedras aqui e acolá, algumas barreiras às vezes,
pois estrada tranqüila eu sou.
Árvores nas laterais, muitas árvores, cores variadas, verde, amarelo, laranja.
Algumas cores falidas também decoram esse cenário interno e compartilham do espaço com meu eu “preto e branco”.

E são estradas novas, caminhos diferentes, estranhos; são os passos que preciso dar. E não há muito espaço, portanto, poucas pessoas podem me acompanhar.
Não há contra-mão, é pra frente que se anda, só uma direção.

E vou desenhando passos tímidos em mim, o medo de me descobrir é grande, porque as possibilidades são tantas que chegam a me assustar. A vida é incrível...e “tão maior que tudo”.

E eu preciso dos desvios, eles balançam o caminho mas são necessários, são como os passos difíceis das coreografias que dançava em uma época da vida: desafios vencidos pelo corpo e a beleza de um ritmo complicado, que geram uma contemplação visual rara. Os desvios são a descoberta de mim.
Apesar de permanecer a mesma, hoje sou mais aberta pro novo e para as diferenças.
Em busca de uma Ideologia.

Quando paro, cansada, sento em algum banco pensando se pode surgir bem ao longe alguém, alguém pra oferecer uma carona, algum “eu” perdido sem mapa dentro de mim.
Então continuaremos o caminho; mostrarei, cansada, pra esse ‘’eu’’, que a viagem pode ser bem mais bela sem um caminho já traçado, sem mapa, pois os espaços geográficos já delimitados em mim não surpreendem, são tranqüilos comuns. Mas ainda há terra inexplorada a me (ou nos) esperar.

E descubro que isso eu sou: uma estrada a percorrer, uma cidade inabitada, uns lagos e algumas árvores pra enfeitar e muita neblina pra confundir.
Um ser bonito que há em mim,
em dias de dores.


Rb 14/09/2010.



Remanescentes bonitos

Um comentário:

  1. As dores sempre seram maiores, porque sentimos com maior intensidade e principalmente porque não se apagam da memória.
    Lindo! Parece um diálogo. Uma forma transparente de revelar o que ainda ninguém viu. Mesmo assim será difícil de saber, apenas de tantas paalvras o que tem dentro raramente se revela.

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